Preso em Curitiba, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou a prefeitos reunidos em
Brasília nesta quarta-feira (23) por meio de uma carta lida pela
presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR).
Mesmo diante da possibilidade de Lula ser barrado pela lei da ficha limpa, o PT o mantém como pré-candidato à Presidência. A pré-candidatura será lançada nacionalmente em 9 de junho, em Belo Horizonte.
Mesmo diante da possibilidade de Lula ser barrado pela lei da ficha limpa, o PT o mantém como pré-candidato à Presidência. A pré-candidatura será lançada nacionalmente em 9 de junho, em Belo Horizonte.
“Eu sou candidato a presidente porque não cometi crime nenhum. Eu sou
candidato porque tenho honra e agi com responsabilidade, ética e
correção nos meus oito anos de presidente da República”, disse Lula na
carta.
“Não quero ser presidente de novo para olhar para trás e dividir o país em paneleiros ou petistas.”
Ele afirmou também que lamentava não estar presente na marcha de prefeitos por causa de uma “sentença mentirosa”.
“Agora, para fins políticos, podem difamar gestores sem provas e
condená-los sem dizer porque o estão condenando. Isso não deveria
preocupar apenas um partido ou outro, mas a todos que prezam pela
democracia e pela justiça”, disse o ex-presidente na carta que, segundo
Gleisi, foi escrita a mão por ele.
Na carta lida por Gleisi, Lula afirmou poder fazer um governo melhor que os seus dois anteriores e desafiou seus adversários.
“Se alguém quer ser presidente, que me derrotem no voto”, afirmou.
Ao fim da carta, houve vaias e aplausos. Quando Gleisi anunciou que
responderia as perguntas enviadas previamente pela CNM (Confederação
Nacional de Municípios), vários prefeitos deixaram o auditório.
Lula disse que, eleito, alterar a legislação aprovada pelo governo Michel Temer que estabelece um teto para os gastos públicos.
“Sem revisar a PEC do teto de gastos, o próximo governo só irá fazer
cortes e cortes e isso vai afetar cada vez mais os repasses aos
municípios”, afirmou.
“O que não é possível é congelar por 20 anos os gastos públicos no
Brasil, independente do país ganhar na loteria ou sofrer um terremoto.
Isso é loucura e é na prática uma camisa de força, um congelamento das
responsabilidades do governo. Para um tecnocrata de Brasília é fácil.
Vocês que estão perto do povo, sendo cobrados, sabem as consequências
dessas medidas”, disse Lula na carta.
Aos jornalistas, Gleisi Hoffmann afirmou que o plano de governo será
apresentado em julho, na convenção do partido. O programa está sendo
escrito pelo ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, um dos cotados
para substituir Lula na disputa.
Gleisi disse que o PT quer fazer composição para que outro partido
indique o vice da chapa e afirmou que o empresário Josué Alencar
(PR-MG), filho do ex-vice de Lula, José Alencar, “é sempre um bom nome”.
O mineiro tem sido disputado por partidos da esquerda e da direita. Com
informações da da Folhapress.
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