Em entrevista coletiva, ministro disse que serão feitos cálculos
sobre o impacto da desestatização da companhia sobre as tarifas cobradas
aos consumidores.
As contas de luz devem ficar mais baratas com a privatização da
Eletrobrás, de acordo com o ministro das Minas e Energia, Fernando
Coelho Filho. Em entrevista coletiva no início da manhã desta
terça-feira, o ministro disse que serão feitos os cálculos sobre o
impacto da desestatização da companhia sobre as tarifas cobradas aos
consumidores. “Mas esperamos que, com a redução de custos e com os
ganhos de eficiência no processo, a conta de luz fique mais barata no
médio prazo.”
Na segunda-feira, 21, o governo anunciou oficialmente que pretende
privatizar a Eletrobras. De acordo com fato relevante da empresa,
enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a informação foi dada
pelo ministro Fernando Coelho Filho, do Ministério de Minas e Energia
(MME). A União permanecerá como acionista da companhia, por meio de uma
classe especial, com direito a dividendos e poder de veto na
administração.
Em nota, o MME ressaltou que a medida trará mais competitividade e
agilidade à empresa para gerir suas operações, “sem as amarras impostas
às estatais”. O MME cita os exemplos dos processos de privatização da
Embraer e da Vale. Nesta terça-feira, Coelho Filho lembrou que, no
momento em que o governo deixa de ser o controlador, haverá perda das
prerrogativas de indicações políticas nos conselhos da empresa. “Isso é
muito semelhante com o que aconteceu com outras empresas, como a Vale”,
repetiu.
Segundo o ministro, a intenção do governo é concluir o processo de
desestatização da Eletrobras até o fim do primeiro semestre do próximo
ano. “A eleição se dará normalmente no segundo semestre, e esperamos
concluir o processo até a metade do ano”, projetou.
As ações da Eletrobrás disparam 32,75% (ON) e 20,30% (PNB) no início
do pregão desta terça-feira, 22, com o anúncio do governo de que
pretende privatizar a empresa. Os papéis passaram por leilão estendido
de abertura até por volta das 10h30, exatamente pela forte valorização,
segundo informações da Agência Bovespa. O Ibovespa, principal índice da
Bolsa brasileira, no mesmo instante, registgrava ganhos de 1,63%, aos
69.754 pontos e volume financeiro de R$ 1,11 bilhão.
No exterior, as ações da Eletrobras (EBR) subiram mais de 20% nas
negociações “after-market” de Nova York. Os ativos que representam as
ações ordinárias (ELET3) no Brasil eram negociados a US$ 5,51 no fim da
noite de ontem, com alta de 23,8%. Na B3, a Bolsa brasileira, os papéis
terminaram o dia negociados a R$ 14,20 (+3,35%).
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