O presidente Michel Temer (PMDB) decidiu não responder às 82 perguntas
feitas pela Polícia Federal no inquérito que tramita no Supremo Tribunal
Federal (STF) por corrupção passiva, obstrução de Justiça e
pertencimento a organização criminosa. O prazo dado pelo ministro Edson
Fachin terminaria hoje. Entre as razões apontadas pelo presidente, está a
alegação de que a PF extrapolou o objeto da ação para fazer perguntas
de caráter pessoal e outras com o objetivo de comprometê-lo.
“Cumpre inicialmente ponderar que, houvesse Vossa Excelência [Fachin]
sido o autor dos questionamentos feitos por escrito ou em colheita de
depoimento oral, teria havido, com certeza, uma adequada limitação das
perguntas ao objeto das investigações. Indagações de natureza pessoal e
opinativa, assim como outras referentes aos relacionamentos entre
terceiras pessoas ou aquelas que partem de hipóteses ou de suposições e
dizem respeito a eventos futuros e incertos não teriam sido formuladas.
No entanto, foram feitas e demonstram que a autoridade mais do que
preocupada em esclarecer a verdade dos fatos desejou comprometer o Sr.
Presidente da República com questionamentos por si só denotadores da
falta de isenção e de imparcialidade por parte dos investigadores”,
afirma o advogado Antonio Claudio Mariz de Oliveira
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