Ainda com dificuldades na fala, Neto se emocionou bastante durante a entrevista coletiva
Tarla Wolski / Estadão Conteúdo
Último a ser resgatado na tragédia que vitimou 71 pessoas no voo da
Chapecoense para Medelín, o zagueiro Neto recebe alta nesta quinta-feira
(22). Socorrido oito horas depois do término das buscas, o defensor
terminou sua recuperação em um hospital de Chapecó, onde concedeu
entrevista coletiva antes de voltar para casa, depois de passar 23 dias
internado.
Ainda com dificuldade em falar e com a voz fraca, o jogador de 31 anos
se emocionou ao falar do acidente e dos dez dias em coma induzido no
hospital colombiano.
“Como eu disse, eu não lembro de nada. Fiquei dez dias praticamente
desacordado. Minha esposa, o pessoal da minha igreja, meu pai, meu irmão
que me viram na situação que eu estava. Os médicos dizem que foi um
milagre, porque por muitas vezes eu quase fui embora também. Queria
deixar aqui o meu agradecimento a todos, que oraram por mim, que
sonharam comigo, que lutaram comigo” declarou.
Em fase de recuperação, Neto reconhece que o momento está sendo difícil
para todos os envolvidos na tragédia e enfatizou seus agradecimentos a
todos que estão ajudando e torcendo por sua melhora.
“Ainda está caindo a ficha para mim. A gente sabe que está sendo difícil
para todo mundo, mas Deus permitiu que eu estivesse vivo. Um pouco
debilitado ainda, falta muita coisa ainda, mas eu vim aqui porque eu
tenho que agradecer. Agradecer aqueles que lutaram comigo, quando eu
quase fui embora também”, acrescentou.
O zagueiro relembrou dos amigos que faleceram do acidente e foi às
lágrimas ao ressaltar a união do elenco, comissão técnica e diretoria.
Projetando sua melhora, o atleta espera voltar ao gramado da Arena
Condá.
“É impossível não falar daqueles que se foram. Perdi grandes amigos,
ficou só coisa boa. Eu lembro só de coisa boa desse grupo. Obrigado a
todos por tudo que fizeram por mim. Estou um pouco debilitado ainda, com
a voz fraca, mas creio que logo vou melhorar e se for da vontade de
Deus, vou pisar na Arena Condá de novo com a camisa da Chapecoense”,
finalizou sob aplausos dos jornalistas.
Brasileiros sobreviventes da queda do avião, o lateral Alan Ruschel deu o
pontapé inicial no jogo beneficente do meia argentino D’Alessandro, no
estádio Beira-Rio, o jornalista Rafael Henzel já está em casa se
recuperando e o goleiro Jackson Follmann passou por mais uma cirurgia no
pé esquerdo e nos próximos dias deve voltar para São Paulo para fazer a
prótese para a perna direita, que foi parcialmente amputada na
Colômbia.
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