O Rio Grande do Norte obteve índice geral de
3,9 - abaixo da média no país que ficou em 4,5 - e é o 21º entre os estados, à
frente apenas de Sergipe, Alagoas, Amapá, Bahia, Maranhão e Pará. É o que
revela o Índice de Oportunidades da Educação Brasileira (IOEB) divulgado no
último dia 7, pelo Centro de Liderança Pública.
O índice pontua, com média de 0 a 10, quais
localidades (estados e municípios) oferecem as condições mais favoráveis para a
educação de crianças e adolescentes em todo o país. No RN, as cidades que
apresentaram o melhor desempenho são Santana do Seridó, Acari e São João do
Sabugi. A nota é dada a partir do cruzamento de um conjunto de sete fatores,
coletados em dados oficiais: IDEB anos iniciais do ensino fundamental, IDEB
anos finais do ensino fundamental, a Taxa Líquida de Matrícula do ensino médio
- que compõem o índice educacional -, além de dados sobre a escolaridade dos
professores, número médio de horas aula por dia, experiência dos diretores e a
taxa de cobertura na educação infantil. As pontuações mais baixas foram
verificadas quanto à média de hora aula/dia de 1,8 e 1,6, em Natal e no Rio
Grande do Norte, respectivamente, além de experiência dos diretores de escola e
IDEB. A formação de professoras teve nota alta. No Estado foi de 8,6. Em Natal,
de 9.1; em Santana do Seridó, 9,6.
A nota baixa geral apenas corrobora com o
cenário de fragilidades do processo de ensino-aprendizagem e gestão da educação
já evidenciados em indicadores como o Ideb e outros de aprovação, repetência e
evasão escolar, na avaliação da diretora
do Instituto de Desenvolvimento da Educação e especialista em educação básica, Claudia
Santa Rosa. “Gestão é o principal gargalo, continuamos com dificuldades
primitivas como falta de professor, alta rotatividade e escolas sem estrutura
adequada. Falta uma política que priorize a educação. Apesar de uma legislação
educacional avançada, ela não é executada aqui”, frisa a pedagoga.
Reverter quadro
Para reverter a situação, a educadora pontua:
melhoria na qualificação, remuneração e compromisso do corpo docente com um
projeto pedagógico que defina metas de ensino e aprendizagem, acompanhado de
ampliação do quadro de professores, estruturação da rede de escolas e
implantação de um modelo de qualidade. O último Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (Ideb) revelou que a educação do RN vem perdendo a qualidade se
comparada à média nacional, ficando no 24º
lugar do ranking, realizado a cada dois anos. A média atual do Estado
foi 3.9, segundo dados referentes à avaliação dos alunos do 9º ano. Já
qualidade da educação no ensino médio
ficou na penúltima colocação no ranking do Ideb 2013, atingindo a
segunda pior nota no Brasil.
Os principais diferenciais deste índice em
relação a outros já existente, como o Ideb, segundo os idealizadores, é que
trata-se de um índice único para cada local (município, estado ou Distrito
Federal), abrangendo toda a educação básica – da educação infantil ao ensino
médio, de todas as redes existentes no local - rede estadual, municipal e
privada. O Ioeb se propõe a mudar o sistema de pontuação para estados e
municípios - em vez de redes estaduais e municipais -, ampliar os mecanismos de
avaliação e facilitar a comparação entre os governos locais sobre o desempenho
da gestão educacional. A TRIBUNA DO NORTE procurou, sem sucesso, o secretário
estadual de educação, que estava em reunião e informou que um auxiliar
atenderia a reportagem nesta sexta-feira.
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