Novo
presidente da Petrobrás é beneficiado por regra de sua gestão que
permite a executivos contribuírem mais que outros funcionários do banco
MURILO RODRIGUES ALVES - O ESTADO DE S. PAULO
O
novo presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine, deixa o comando do Banco
do Brasil com aposentadoria calculada com base no salário mensal de R$
62,4 mil, embora as associações de funcionários e aposentados do maior
banco do País sejam contrárias ao que chamam de "aposentadoria cheia" –
na qual se somam aos vencimentos benefícios como férias e
vale-alimentação.
A
prerrogativa de se aposentar por essas regras não é exclusiva de
Bendine, mas foi adotada em sua gestão. Outros 20 executivos recebem
dessa forma. Ivan de Souza Monteiro, novo diretor da petroleira, também
reúne idade e tempo de contribuição suficientes para se aposentar com
base no salário cheio de R$ 55,8 mensais que recebia como
vice-presidente.
A
Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), xerife
do setor, considerou que caberia ao BB – e não à sua caixa
previdenciária, a Previ – assumir a diferença dessas aposentadorias
maiores.
Para
a Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB), as
"superaposentadorias" são indevidas. "Eles não poderiam fazer a
contribuição sobre seus honorários brutos porque contêm o empilhamento
de verbas de benefícios que o plano não admite. Esses valores são
considerados no cálculo das aposentadorias, o que não é permitido para
os demais funcionários",disse Fernando Amaral, vice-presidente da
associação.
A
origem do imbróglio remonta a 2008, quando, para cumprir exigências da
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o BB decidiu que os executivos
passariam a receber honorários em vez de salários. Para calculá-los, o
banco somou tudo que qualquer funcionário recebe durante o ano
(salários, comissões, 13.º, férias, abonos, licença-prêmio,
auxílio-alimentação, etc.) e dividiu por 12.
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