A presidente Dilma Rousseff divulgou, em
seu discurso de posse, o novo lema de seu governo: “Brasil, Pátria
Educadora”. Ela explicou que a educação será a “prioridade das
prioridades” no segundo mandato que começa nesta quinta-feira, 1º. “Só a
educação liberta um povo e abre as portas de um futuro próspero”
afirmou.
Ela anunciou que a área de educação começará a receber volumes mais
expressivos de recursos e que o governo continuará expandindo o acesso a
creches e pré-escolas, uma promessa de campanha e também do primeiro
mandato. Sobre o ensino técnico, Dilma afirmou que vai dar especial
atenção ao Pronatec Jovem Aprendiz.
Dilma aproveitou a solenidade para esclarecer como pretende conduzir
as iniciativas sociais iniciadas pelo governo Lula. Ela garantiu aos
beneficiários do Bolsa Família que o governo continuará investindo em
políticas sociais, dando acesso à população que necessita. “O Brasil vai
continuar como país líder em políticas sociais transformadoras”, disse.
Outra iniciativa social que mencionou é o programa Minha Casa, Minha
Vida. “Com a terceira fase do Minha Casa, Minha Vida, contrataremos mais
3 milhões de moradias”, afirmou.
Dilma também falou sobre o que pretende na área da saúde, onde
conduziu em seu primeiro mandato o debatido programa Mais Médicos. “Na
saúde, reafirmo o compromisso de fortalecer o SUS (Sistema Único de
Saúde). Persistiremos ampliando vagas em formação e residência para
termos mais médicos”, afirmou a presidente em seu discurso de posse
nesta quinta-feira.
Portaria
O lema Brasil, Pátria Educadora surge na semana em que o Palácio do
Planalto editou uma portaria alterando as regras de acesso ao Fundo de
Financiamento Estudantil (Fies), o que pode reduzir em 20% o número de
beneficiados.
Uma portaria publicada pelo Ministério da Educação (MEC) na última
segunda-feira, 29, definiu que a partir de abril será exigida uma
pontuação mínima de 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)
para obter acesso ao financiamento. O MEC proibiu também o aluno receba
simultaneamente recursos do Fies e bolsa do Programa Universidade Para
Todos (ProUni), que concede bolsas integrais e parciais para
instituições privadas de ensino superior.
Estimativas da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep)
apontam que a medida deverá reduzir em 20% o número de jovens
beneficiados com as políticas educacionais no setor privado.
Encontros
Dilma começa ainda hoje, em um encontro no final da tarde com o
vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, uma série de encontros
bilaterais que marcam o início dos compromissos oficiais de seu segundo
mandato. Logo depois de Biden, Dilma recebe a diretora-geral da
Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco),
Irina Bokova. Amanhã, a presidente começa o dia em encontros com o
vice-presidente da China, Li Yuan Chao, e com o primeiro-ministro da
Suécia, Stefan Löfven.
O rápido encontro com Biden, antes do coquetel para convidados no
Itamaraty, deverá se concentrar na renovação do convite para que a
presidente faça uma visita de Estado aos EUA, possivelmente ainda neste
ano. Nos últimos meses, Biden foi o interlocutor designado por Barack
Obama para melhorar as relações com o Brasil depois do escândalo de
espionagem da National Security Agency. Em seu discurso de posse no
Congresso, Dilma destacou a necessidade de “aprimorar a relação com os
Estados Unidos” por sua importância tecnológica, científica e pelo
volume de comércio entre os dois países.
Com o primeiro-ministro da Suécia, o tema deve ser também o
intercâmbio tecnológico. Depois do contrato bilionário para compra de
caças Grippen para a Aeronáutica, os dois países têm um acordo também de
transferência tecnológica. O interesse sueco agora no Brasil são,
principalmente, mineração, energia renovável, informática e saúde.
Já a diretora-geral da Unesco pedirá ao Brasil apoio para lançar seu
nome ao cargo de Secretário-Geral das Nações Unidas mas, principalmente,
pedirá que o Brasil pague sua dívida de R$ 36 milhões com a entidade.
Depois de ter sido boicotada pelos Estados Unidos ao aceitar a entrada
da Palestina como membro pleno, a Unesco passa por dificuldades
financeiras. A dívida brasileira é a maior depois da americana.
Fonte: Estadão Conteudo
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