Com Vivo na dianteira, operadoras devem mudar estratégia de planos de dados móveis.
A partir desta quinta-feira, 6, clientes de planos pré-pagos da Vivo em Minas Gerais e Rio Grande do Sul não poderão mais usar no celular a internet com velocidade reduzida após estourar a franquia contratada.
Como saída, o consumidor poderá pagar R$ 2,99 por um "pacote adicional" com mais 50 megabytes de dados para serem gastos em, no máximo, uma semana.
A empresa anunciou ainda que a medida deve se estender para outras regiões do País "nos próximos meses" e para clientes pós-pagos.
O
perito criminal mineiro João Henrique Maciel, de 36 anos, prevê mais
gastos. "Poderia até reduzir o consumo, mas se extrapolasse a franquia
ia acabar adquirindo os pacotes adicionais", diz. "E se isso se tornasse
um hábito frequente, possivelmente pensaria num plano com franquia
maior."
Quadro semelhante é o
da também mineira Samira De-Stefano, relações públicas, 25 anos.
Cliente de um plano pós-pago, já recebeu contas de R$ 2.400 após usar
300 MB excedentes no exterior. "Uso celular o dia inteiro. É Instagram,
Facebook, Waze, WhatsApp e Skype, porque meu namorado mora na Suíça",
diz. "Não controlo meu 3G. Como sou muito frenética, só vou usando, sem
hesitar. A questão de redução de velocidade me incomoda."
Segundo a empresa, dona da maior fatia do mercado de telecomunicações (28,72%), o objetivo de eliminar a velocidade reduzida é não permitir que seu cliente associe uma má experiência com a internet lenta com o serviço prestado pela operadora dentro da franquia. Em nota, a Vivo diz que agora o usuário poderá usar a internet sempre em alta velocidade "sem o incômodo de o desempenho ser reduzido".
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'Poderia até reduzir o consumo de dados,
mas se extrapolasse a franquia ia acabar adquirindo os pacotes
adicionais', diz o mineiro João Maciel.
FOTO: Washington Alves/LightPress/Estadão
"Antes já existia a opção de pagar para manter a velocidade. Ninguém obrigava o usuário a usar velocidade reduzida, ele usava porque queria", diz João Paulo Bruder, analista de telecomunicações da IDC Brasil, que acredita que a mudança é um simples gerador extra de receita para a empresa.
Segundo dados da IDC, os gastos dos consumidores com dados devem aumentar 18,8% neste ano em relação a 2013, enquanto os com voz devem crescer menos, 9,2%. "O que as operadoras
estão fazendo é aumentar mais ainda essa receita de dados", diz Bruder.
Segundo a Vivo, em um ano, a empresa registrou aumento de 21% na
participação de usuários com planos de dados.
Operadoras
As
demais operadoras logo se manifestaram sobre o assunto, posicionando-se
favoravelmente ao fim da velocidade reduzida, usualmente tratada como
uma condição promocional pelas empresas. A Oi disse que "considera o fim
da velocidade reduzida, aliada ao novo modelo de cobrança por pacotes
adicionais", o que considera "tendência mundial".
A Claro se resumiu a dizer que a empresa está sempre avaliando "formas" de entregar boas experiências em internet
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