A primeira vez que vi Maria passando
na rua, me chamou a atenção o seu cuidado com aquela criança que ela
carregava nos braços – coisa bonita de ver é uma mãe que sabe cuidar dos
seus filhos.
Fiquei
pensando nas muitas notícias que temos lido quase que diariamente nos
jornais sobre crianças abandonadas nos lixões, jogadas nas lagoas,
deixadas nas ruas.
Pensei
nas agressões sofridas por tantos filhos e filhas mundo afora, tanta
crueldade que chega a doer em nós, que temos nossos entes tão indefesos e
dependentes de nós, nossos filhos.
Como
alguém consegue fazer isto? Sabe Deus! Na verdade um ser humano que não
consegue ter sentimentos por uma criatura gerada no seu próprio ventre,
não merece gerá-los.
Mas Maria não, segue rua acima, rua baixo, cuidando do seu filho com o zelo que uma criança merece.
Envolto
em panos, aquecido e protegido do frio da serra, certamente bem
alimentado, pois não se ouve um pio, daquela criança, agasalhada nos
braços de sua mãe.
Pensei:
se todas as mães fossem iguais a Maria, o mundo seria melhor, pois
teríamos uma geração de pessoas melhores, cuidadas que foram pelos seus
pais.
Indaguei aos amigos quem seria aquela figura, tão linda, tão pura no seu sentimento materno?
Responderam: é Maria, louca, pra cima e pra baixo carregando como se fosse seu filho uma boneca de pano.
Por Caio Cézar Muniz em: luisgomes.com
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